sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Energia Nuclear no Brasil


"O mundo está preocupado com outras fontes de energia para diminuir a poluição" disse o Engenheiro João Carlos da Cunha Bastos, Superintendente da Eletronuclear, durante aula para o 5º Curso CEPE-ADESG em Angra dos Reis, nesta terça feira, dia 30.
O Consumo de energia cresceu mais que a oferta, tanto pelos usuários como pela indústria . O engenheiro salienta que todas as formas de energia são necessárias para o aumento da qualidade de vida. Atualmente noventa e dois por cento da energia no Brasil é produzida por água.

Em 1950 o potencial energético do país se concentrava no sudeste, já em 2000 se expande para a região norte do país. Esta região no entanto apresenta a dificuldade de distância, topografia e uso do solo. O superintendente defende também a construção da usina de Belo Monte. "Temos que ser sábios para promover o desenvolvimento com o menor dano possível ao meio ambiente."

O superintendente sustenta nossa suficiência na produção do combustível para as usinas nucleares. "Temos toda capacitação para produzir combustível aqui, dominamos toda tecnologia para produzir essa energia. Possuímos muita reserva de urânio. Existe grande chance de complementar a produção de energia que o país necessita com a Energia Nuclear."

No mundo existem 436 usinas nucleares, nos EUA são 106 (o maior número) e o Brasil tem 2. Apesar do acidente de Fukushima ainda estão sendo construídas 63 usinas no mundo, uma delas é Angra 3. "Este acidente foi uma fatalidade da natureza e mesmo assim a usina ficou de pé enquanto as outras do lado ruíram.", disse o engenheiro.

O engenheiro João Carlos foi um dos propulsores para mudar a imagem de uma usina considerada "Vaga-Lume (por sua constante necessidade de ligar e desligar) para a construção de uma Usina de ponta. Atualmente a Usina Nuclear de Angra dos Reis é considerada a 2ª do mundo em disponibilidade.
Outra informação relevante foi que Angra 3 será operada totalmente por computador.

João Carlos aponta como pontos forte da energia nuclear o baixo custo, não polui, limpa, e  também porque não é onerosa. "O caro é construir porque os critérios de segurança são elevados, depois o custo de operação é compatível com hidrelétrica e menor que a termo elétrica. A relação custo benefício é boa." afirmou.

As grandes dificuldades são a aceitação pública, que ainda vê energia nuclear como sinônimo de bomba atômica, e outro ponto são os rejeitos, mas que bem administrados podem ser controlados facilmente.
Quanto à vida útil das usinas João Carlos afirmou que antes era de 40 anos, mas atualmente estão se desenvolvendo trabalhos para extensão de 60 anos.

João Carlos se mostrou otimista quanto ao país do futuro. "Temos que ser honrados e dignos e com trabalho o progresso chegará para filhos e netos. Perspectivas de avaliação mostram excelência para China, Brasil e Índia, que são a bola da vez, o Brasil com projeção de crescimento e país promissor. Está interessante investir no Brasil porque nossa imagem no exterior melhorou bastante. O que falta para nós é ordem, o progresso nós já temos", conclui.