quarta-feira, 8 de junho de 2016

Papai, matei o pássaro!



"Papai, matei o pássaro!!!"

Sentada em uma sala de espera, notei a meu lado uma criança de mais ou menos 3 ou 4 anos jogando um game em um celular.
A interação dela com o jogo chamou minha atenção e curiosa prestei atenção ao que ela fazia. Perguntei-lhe o que ela tinha que realizar no jogo. Sem retirar os olhos da tela respondeu: "Tenho que matar o pássaro!" No game a criança interagia como uma tartaruga que ganhava pontos matando pássaros, que pareciam gaviões.
E percebi que ela ficava extremamente feliz quando conseguia seu intento. Quando o pai chegou perto para levá-la embora ela disse alegremente, comemorando: "Papai, matei o pássaro!".

Aquela cena me fez então questionar: "Como posso depois ensinar esta criança a proteger a natureza, a falar sobre sustentabilidade, se em seus primeiros anos lhe é ensinado a ganhar um jogo matando pássaros?"

Os jogos entraram nas redes sociais quando meus filhos eram adolescentes no final da década de 90 e início dos anos 2000. Claro, minha preocupação com o uso desta ferramenta era fundamentada com relatos de reportagens onde mostravam os jovens mais violentos e menos insensíveis após inúmeras horas de jogos violentos online.

Adicione-se ainda o fato de menos interação social presencial, menos exercícios físicos ao ar livre, risco de obesidade, menos exposição aos raios benéficos do sol e outras perdas pelas inúmeras horas de frente à tela de um computador. Veja o link como o cérebro reage diante dos jogos virtuais. Neste vídeo o professor, Marcelo Peruzzo, mostra o lado negativo dos jogos violentos, e o perigo de jovens tornarem-se neutros diante de atos de extrema barbaridade contra o ser humano.

No entanto, é preciso observar agora as crianças nativas digitais que já nascem com o "celular plugado". Os pais precisam redobrar suas atenções, pois diversas pesquisas nos mostram que até os seis anos é a faixa etária onde elas mais aprendem. É urgente então que se ofereça o melhor conteúdo para que formem adultos saudáveis, tanto física, quanto psicológica e emocionalmente. Que sejam oferecidas às crianças outras formas de diversão como ensino de música, esportes, brincadeiras e jogos lúdicos ao ar livre.

Pais, vejam o que seus pequenos estão vendo nas telas eletrônicas, e como reagem diante delas. Não deixem que "matem os pássaros".